A continuidade das disputas entre os estados do Ceará e do Piauí sobre territórios localizados na fronteira entre os dois tem ganho atenção dos deputados estaduais cearenses, que pregam que o Ceará possa manter as áreas que já possui oficialmente. O conflito contempla os municípios de Crateús, Granja, Tianguá, Viçosa do Ceará, Ubajara, Ibiapina, Carnaubal, Croatá, São Benedito, Guaraciaba do Norte, Ipueiras, Ipaporanga e Poranga.

O deputado Queiroz Filho (PDT), em pronunciamento feito na última semana, enfatizou a importância de que lideranças e classe política cearenses se mobilizem em favor do Estado. De acordo com ele, o Piauí já conquistou uma parte da Bahia usando os mesmos argumentos que usa hoje para requerer parte do território cearense.   “São áreas que contém açudes, usinas eólicas, parte da serra da Ibiapaba, que é muito produtiva, ou seja, áreas de grande importância para a economia do nosso estado”, pontuou, destacando em particular os municípios de Tianguá, Poranga e Crateús.   Queiroz lembrou, ainda, da grande quantidade de equipamentos públicos e serviços que o Ceará mantém nessas localidades. Segundo ele, no momento está sendo realizada uma perícia por parte do Exército, seguindo ordem da ministra Carmen Lúcia, relatora de processo sobre o caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Deverá haver uma reunião com a participação dos dois estados para definir o resultado da perícia, apontou.   “Quero só ressaltar a importância de pressionarmos as autoridades competentes na definição desse assunto, ainda que não seja de nossa competência tratar disso, estamos falando de território do nosso estado, e do povo que se identifica como cearense. Eles é que serão os maiores prejudicados”, disse.  

O assunto também é de preocupação do deputado Carlos Felipe (PCdoB), que criticou a reivindicação dos territórios por parte do Piauí.

“É absurdo e desrespeita a história. Precisamos cobrar o envolvimento do Governo, dos parlamentares e todo o Ceará para coletar informações e fortalecer a defesa das nossas regiões”, defendeu, destacando, assim como o colega, que alguns dos territórios contemplados têm importância expressiva para setores da economia cearense, como o agronegócio e o setor de energia eólica.  

Ele sublinha que foi realizada reunião em Crateús, na última segunda-feira (14), para debater o assunto.

“Se reunir com os municípios afetados é de grande importância”, afirmou. Na mesma ocasião, a coordenadora do Projeto Atlas de Divisas Municipais Georreferenciadas do Estado do Ceará, deputada Augusta Brito (PCdoB), reiterou que outras audiências já foram realizadas para debater o assunto e que a Assembleia Legislativa está marcando mais debates para fortalecer as ações de defesa do Estado.

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