Os relatos de danos graves à saúde ocasionados pela realização de procedimentos estéticos invasivos por não médicos têm sido cada vez mais recorrentes, além disso há ocorrências de protocolos estarem sendo feitos em locais completamente inapropriados, como salões de belezas e cirurgias estéticas realizadas em consultórios dentários. A Sociedade Brasileira de Dermatologista – Regional Ceará (SBD-CE) alerta para os riscos gravíssimos e consequências de erros cometidos, na maioria das vezes, irreversíveis.
Deformações, cicatrizes e queimaduras graves são alguns dos exemplos de resultados que podem acontecer com pacientes que escolhem se submeter a protocolos estéticos realizados por pessoas sem formação adequada. Os relatos de problemas começaram a se intensificar após a publicação, em 2016, de uma resolução do Conselho Federal de Odontologia que possibilitou aos dentistas a aplicação de toxina botulínica (botox) e de outros preenchedores faciais. A resolução permitiu ainda que o dentista atue na área anatômica, do osso hioide, na base da garganta, até o ponto násio, que são os ossos do nariz. Em nova resolução da entidade, a harmonização orofacial foi reconhecida como especialidade odontológica, sendo requisito apenas um curso com carga horária de 500 horas.
“A situação é grave e muito preocupante. É crescente o número de pacientes nos consultórios dos médicos dermatologistas que, após se verem diante de situações complicadas de saúde, recorrem aos consultórios dos dermatologistas para reverter o quadro, porém, algumas vezes, os danos são muito graves e irreversíveis. É preciso ter muito cuidado para não cair em armadilhas que comprometem a saúde e podem deixar sequelas para sempre na saúde física e emocional”, afirma a presidente da SBDCE, a dermatologista Dra. Silvia Helena Rodrigues.
É fundamental que a população confira se o profissional possui título de especialista reconhecido e registrado junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM) ao buscar, principalmente, por tratamentos invasivos, sejam eles de diagnóstico, estéticos ou terapêuticos. Isso porque tais procedimentos são privativos dos médicos, profissionais responsáveis por realizá-los de maneira mais segura.