Soou estranho quando, da tribuna de honra do estádio Al Bayt, em Doha, o emir do Catar, Tamim bin Hamad al Thani, conclamou à celebração da diversidade e do diálogo, ao abrir a primeira Copa do Mundo no Oriente Médio.
As volumosas críticas e campanhas de boicote vêm ofuscando o torneio de futebol no emirado anfitrião, com histórico alarmante de direitos humanos, que oprime mulheres, criminaliza homossexuais e impõe trabalhos forçados a imigrantes da África e Ásia.
São circunstâncias morais que pesam e dão o caráter inusitado a esta Copa, que trouxe o escrutínio internacional para o Catar. A ausência de líderes ocidentais se contrapôs à presença de autocratas como o príncipe saudita, Mohammed bin Salman, e os presidentes do Egito, Abdel Fatah al-Sisi, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.